Laís!

Ás vezes eu insisto em gastar tempo reparando na graça que chamamos de vida. Minha irmã me chamou de ‘macho’ por que reneguei o convite dela pra sair com suas amigas. Ora quá! Não me sinto nem um pouco homem por rejeitar essas coisas de mulher. Para o leitor melhor me entender vou definir um pouco dessas conversas. Deveriam ser chamadas de Encontro das “Gladiadoras” Anônimas. Os Gladiadores como sabemos eram lutadores escravos de Roma que se enfrentavam até um deles morrer. Pois é exatamente isso que acontece. São todas companheiras fiéis, tentando ficar por cima uma das outras. O melhor namorado, o melhor emprego, o melhor carro, o melhor guarda-roupa, a que melhor se relaciona e a que mais manda nos irmãos e nos pais. Junto com essa amigável conversa elas ainda disputam quem come menos e quem bebe mais sem ficar bêbadas e sem engordar. É mesmo entediante pra uma pessoa do meu calibre. Eu gosto de falar sobre o comportamento das pessoas, adoro o homem-aranh...

Sabe, tenho dois amigos que têm blog. Admiro neles a coragem de expor os restos da sua imaginação Pois acho que é isso que são os textos: os restos. Textos e fotos são mínimas expressões de nossas características. Nos textos ficam os restos dos nossos pensamentos. Nas fotos os restos da nossa aparência e que geralmente são os piores ângulos dela. E fotos só servem daquele ângulo, em suma muda-se apenas nas fotos as roupas e os cenários, pois para a foto ficar “boa”, nós usamos sempre a mesma cara de retrato. Já com os textos felizmente é diferente. Você sempre tenta igual, mas sai quase sempre diferente. Comparando fotos e textos. È mesmo incrível como essas comparações são inúteis, não é mesmo? Nunca fazem sentido.

Por muitas vezes durante essa semana q passou, fui chamada de louca. Ora quem é esse são que ousam chamar-me louca? Pois não vejo formas de dentro desse caos arranjar-se tempo pra falar da sanidade alheia. Cada qual que pelo amor de Deus cuide da sua loucura. Fui chamada fogueteira, sonsa, desesperada (desesperada!) e até mesmo de perigosa. Deus meu, que meus ouvidos estejam equivocados, mas parece-me mesmo que não tenho mais salvação, pois ser chamada desesperada e perigosa é todo o medo do universo feminino, enquanto eu aqui me rio dessas expressões, pois só vejo nelas proveito de impressionar-me com a futilidade humana. Feliz sou eu de não pertencer a essa casta.

Você sabe quando se sente como um ser inútil? Sabe quando parece q o mundo inteiro gira em um sentido e você vai totalmente contrário? Pois é assim q informo aos senhores como me sinto. Deslocada, desumana, desalmada e todos os “dês” q a mim podem pertencer. Sinto-me enfim como se sentem os seus olhos quando em frente a estranhos: deslocados, correndo de um lado para o outro. Procurando refugio. Mas eu tenho refugio. Só me falta sanidade para ser aceita por lá. 23.04.08