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Universo Material
Cada vez que vejo o sol se por o dourado azul nas nuvens o reflexo na sombra do sol o limite do azul com o azul Cada vez que eu vejo o mar A praia Areia A vida das águas Corais nas âncoras Peixes no cais. A madeira salgada de mar As arvores que piso Arrumadas e Plainadas Marrom dourado do pôr. Cada vez que eu vejo O concreto das praças Os bancos e construções antigas Nostalgia de coreto Pombos Crianças correndo. Cada vez que eu vejo o sorriso das crianças E os olhos ativos A beleza das mães A altivez das mulheres Cada vez que eu vejo-me mulher As curvas As marcas Eu sinto Muito Cada vez que eu penso no que me falta E no que mais tenho O que mais temo Você Pavor da sua ausência Saudades de você A ponto de me elevar A negociar com meus desejos um resgate para a sua vontade Barganhar cada coisa que vejo Cada prazer Cada praia Cada pôr Cada cor Todo o ver O poder de enxergar E o privilegio da contemplação Em troca da sua presenç...
"Gramático"
Espaço letra maiúscula, afastada da margem. Ao te ver pelas costas largas, dadas a mim, sinto faltar-me os ares. Ao sentir teu olhar distraído e escandaloso sobre as minhas costas dadas a ti , sinto tremas. E quanto mais os teus olhos quando fronte aos meus, me conduzem a erros crases e pequenos devaneios. Não sou capaz de reunir a terça metáfora das tuas virgulas, nem das que me tomam quimera mente a boca. E a cada virgula que distribuis as outras moças... Ah! Meu coração arde e sangra em frase-viva, como que perfurado por um travessão e me abre as aspas. Aspas que se abrem e cicatrizam com tuas linhas e vindas. Sarando quando chegas e abrindo quando partes. Mas é a vida ortográfica que coloca-nos dois pontos: a mim tão subordinada e a ti o reger da oração. Tua entrada predicada a todos os olhares, coloca em mim um ar circunflexo e toda a poesia recomeça e aqui estou eu te escrevendo em hífen e reticências. E não creio ter chegado com isso a um ponto final.
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