Transbordo
Bor.da - Substantivo feminino
Estive, desde que me lembro, na borda.
Sempre quase para cair de algum lugar ou em cima de alguma coisa.
A ultima filha, a mais nova da classe, sempre no limite.
Já estive a beira mar centenas de vezes.
A beira da loucura, outras tantas.
Margem de rios, poucos, mas tão belos.
Margem de mim principalmente o tempo quase todo.
Na extremidade do ego, abdiquei de mim, em detrimento do contento alheio.
Na extremidade dos outros, reivindiquei com força meu direito de existir, porém calei.
A linha entre o céu e o mar no horizonte é minha única referência de limite.
Limites são complicados, não enxergo a divisão das coisas com clareza.
Na orla, aprecio o deitar do sol na água, no fim de tarde.
Mas como estou na fímbria, caio.
Nas bordas externas senti por vezes extrema felicidade
Nas bordas de mim, me resignei a sofrer pelas bordas.
Por que não me bastava está a beira de tudo ainda estava nem bem completa, nem bem vazia.
Cheia de dúvidas e medos. Vaga de contentamento verdadeiro.
Cri mais a cada dia, que pularia, um dia, de alguma borda.
Mas percebi, nesse verão, bordado em mim, um fio de alegria.
E este tem me refeito e escrito tão bem a cada dia.
Que de meio cheia, meio vazia, transbordei.
- beira
- margem
- extremidade
- limite
- orla
Estive, desde que me lembro, na borda.
Sempre quase para cair de algum lugar ou em cima de alguma coisa.
A ultima filha, a mais nova da classe, sempre no limite.
Já estive a beira mar centenas de vezes.
A beira da loucura, outras tantas.
Margem de rios, poucos, mas tão belos.
Margem de mim principalmente o tempo quase todo.
Na extremidade do ego, abdiquei de mim, em detrimento do contento alheio.
Na extremidade dos outros, reivindiquei com força meu direito de existir, porém calei.
A linha entre o céu e o mar no horizonte é minha única referência de limite.
Limites são complicados, não enxergo a divisão das coisas com clareza.
Na orla, aprecio o deitar do sol na água, no fim de tarde.
Mas como estou na fímbria, caio.
Nas bordas externas senti por vezes extrema felicidade
Nas bordas de mim, me resignei a sofrer pelas bordas.
Por que não me bastava está a beira de tudo ainda estava nem bem completa, nem bem vazia.
Cheia de dúvidas e medos. Vaga de contentamento verdadeiro.
Cri mais a cada dia, que pularia, um dia, de alguma borda.
Mas percebi, nesse verão, bordado em mim, um fio de alegria.
E este tem me refeito e escrito tão bem a cada dia.
Que de meio cheia, meio vazia, transbordei.
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