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Mostrando postagens de janeiro 16, 2021

Des-culpa

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Eu perdi minha característica mais notável, a paciência  Mas acho que no fundo, no fundo as pessoas sempre se enganaram nesse aspecto Eu tenho paciência pra tudo menos para o afeto De afeto eu tenho urgência Uma urgência violenta e ruidosa Como uma onda forte que quando quebra, quebra também os silêncios, os momentos e as entrelinhas De afeto eu sempre falo tudo Eu quero tudo  Eu ofereço tudo  Meu corpo treme, o sono falta, a fome some ou soma Eu faço tudo desatentamente Sempre me desculpo Mas me des-culpar não me isenta da febre Não abafa o ruído, não acalma as ondas  Não impede que eu afogue o  afet(ad)o Que eu não o assista sufocado, lutar pra respirar Que eu não me culpe por ir tudo tão de vez sempre Que eu não tema que ele não suporte, que sucumba e alguém arraste só o corpo para fora Não impede o sentar na beira depois que a água tudo matou  Não impede que eu culpe a minha culpa, e a minha desculpa.  A culpa de ser naturalmente um grande corpo de agua A desculpa de estar afeiçoad