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Mostrando postagens de agosto, 2015

Born to die

Hoje me perguntaram por que te viram sorrindo a toa na rua. Bom, pode ser por vários motivos. Talvez você tenha conseguido um aumento, recebido salário ou arranjado outro emprego. Talvez tenha conquistado uma mulher que esteja a sua altura. Talvez tenha conseguido o que sempre disse que quis mas que fez quase nada pra conseguir. Talvez tenha sido um surto, ou umas piada velha, uma cena de filme ou um fruto da sua mente podre que você insiste em achar graça. Só sei que o motivo não sou eu, nunca fui o motivo do seu riso, nunca consegui te fazer feliz por um instante que fosse. E o mais estranho é que se me perguntassem isso enquanto a gente ainda estava junto, eu ficaria preocupada.  Tá aí mais uma prova que isso nunca deu, nem daria certo.  Se eu te via ou tinha notícias da sua felicidade, só podia ter as seguintes certezas: Não foi por mim, não foi comigo, nem foi por minha causa. "Choose your last words This is the last time Cause you and I We

Casamento

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Toda a vez que desde criança ouvia minha mãe dizer o que eu tinha e o que eu não tinha que fazer para o meu marido, eu sentia um frio na espinha. Quando eu era mais nova, meu medo era não acertar limpar a casa. Depois passou. Nunca entendi por que um homem deveria ser tão importante. E com o tempo essa inquietação começou a ficar mais forte do que eu. E eu logo mais resistia em aprender o serviço doméstico, não podia colaborar pra a vida continuar sendo assim. Eu nunca engoli essa história de servir alguém, que não é Deus, infinitamente como conceito de felicidade. Minha mãe falava: todo mundo precisa casar um dia. e eu me perguntava por que eu sentiria necessidade de trabalhar pra alguém que só faria por mim algo que eu poderia fazer só: me sustentar. Eu também não entendia por que eu deveria obedecer uma pessoa que não sabe preparar a própria comida, nem sabe limpar o ambiente em que vive. Isso é praticamente estado vegetativo. por que eu obedeceria uma samambaia cheia de cap

Madrugada

Madrugada de sensações. A alvorada melhor ainda Quando sol de mansinho entrou no quarto,  e pudemos olhar um para o outro. Livres da escuridão e da euforia da noite. Só a suave ternura de desejar que o tempo não passe. O silêncio do nó na garganta.                                                                                                              30 de Julho de 2014 Mas o tempo por essência acabou passando 365 dias depois, o mesmo nó, As mesmas madrugadas, o mesmo tempo mas agora livres um do outro Sem ternura, e sem tempo, Você estragou minhas sensações.   30 de Julho de 2015

Novamente

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Não Vale a Pena Maria Rita Compositor: PAULO E JEAN GARFUNKEL Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso  Sobrou meu velho vício de sonhar  Pular de precipício em precipício, ossos do oficio  Pagar pra ver o invisível e depois enxergar  Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor  Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno  Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor  De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil  Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado  O velho texto batido dos amantes mal amados, dos amores mal vividos  E o terror de ser deixada  Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida  E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer  Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor  Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno  Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor  De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil  Repetindo, repetindo, repetindo co

letzte

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Os finais são sempre excepcionalmente estranhos pra mim. Sempre foram. Até por que quanto mais os fatos vão se distanciando, mais turvos ficam. E eu confundo as falas, as ordens, os discursos, e esqueço os rostos, o gosto. Até esquecer quase que completamente. Enfim, quando deixo algo ir, é por que já há muito está morto em mim. E olha que eu tento, eu rego, replanto, mas o que não tem remédio... E assim foi mais esse final, em alemão, seco, cru e com status de superioridade. Dizer adeus em alemão, ou melhor, nem dizer adeus, dizer: final, é típico de quem quer convencer que nada sente. A contradição é que, quem realmente nada sente, não precisa disso, convencer a ninguém. Mas enfim, não me interesso mais nem pelo seu coeso, piorou pelo que te contradiz. Então meu caro. Final, pra você também. Ah, e geh fick deine Mutter!