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Mostrando postagens de 2015
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Por Que Nós? Marcelo Jeneci   Éramos célebres líricos, éramos sãos Lúcidos céticos, cínicos não Músicos práticos, só de canção Nada didáticos, nem na intenção Tímidos típicos, sem solução Davam-nos rótulos, todos em vão Éramos únicos na geração Éramos nós dessa vez Tínhamos dúvidas clássicas, muita aflição Críticas lógicas, ácidas não Pérolas ótimas, cartas na mão Eram recados pra toda a nação Éramos súditos da rebelião Símbolos plácidos, cândidos não Ídolos mínimos, múltipla ação Sempre tem gente pra chamar de nós Sejam milhares, centenas ou dois Ficam no tempo os torneios da voz Não foi só ontem, é hoje e depois São momentos lá dentro de nós São outros ventos que vêm do pulmão E ganham cores na altura da voz E os que viverem verão Fomos serenos num mundo veloz Nunca entendemos então por que nós Só mais ou menos

Obrigada

Obrigada por ter passado por aqui. Por ter ficado um tempo. Inclusive quando não tava com vontade. Obrigada por sacrificar algumas coisas pra conversar comigo e me fazer companhia. Por ter compreendido o que dei em excesso e o que eu não dei. Pelas músicas que me apresentou e por me fazer rir, de coisas que eu geralmente levaria muito a sério. Obrigada por ter se esforçado tanto. Por ter tentado cuidar de mim da melhor maneira que sabia. Por ter levantado da cama no meio da tarde pra ir me ver. Obrigada pelo perdão dos meus delitos, dos menores aos mais graves. Por ter me ensinado a lidar com coisas novas, nem sempre boas, mas sempre um aprendizado. Pelas novas experiências. Obrigada por ter sido firme e deixado claro que eu não estou certa sobre tudo. Por ter estabelecido limites, ou pelo menos tentado. Obrigada por querer sempre o melhor pra nós, embora nem sempre tenha dado certo. É só que por enquanto a beleza disso tudo não foi capaz de compensar as dores diárias

Teste de Personalidade

Sociável, falante, passional, alegre, um pouco discreta. Responsável, trabalhadora, organizada, pouco pontual e um pouco acomodada. Muito, mas muito imaginativa, original, liberal e tendo a gostar de variedade, mas ao mesmo tempo pouco curiosa e se adapta a rotina. Extremamente piedosa confiável, generosa, tolerante e cortês. Porém tende a ser tensa, instável, autopiedosa e muito emocional. Fonte:  http://super.abril.com.br/multimidia/info_503387.shtml E aí você gosta de mim?

Morte

Sobre a morte eu penso sempre em 3 grupos Pessoas que morrem numa esquina, por acidente ou por incidentes mas que levavam suas vidas com naturalidade. Pessoas que nascem com predisposição a doenças degenerativas ou estão em estado terminal e que querem muito viver. Pessoas que nasceram propensas a pensar que deveriam estar mortas e em algum momento acabam morrendo de verdade. Nada acontece comigo nas esquinas e não estou doente. Estou no terceiro grupo. Não me refiro a dias ruins onde se acha que morrer é a solução. Falo de todos os dias. Falo de não encontrar alternativas. Falo de cansar de ficar cansado e nunca descansar. Falo de mim. Eu planejei me matar pela primeira vez quando tinha 9 anos. Desde então nunca parei. Algumas pessoas falam que quem planeja e não se mata é por falta de coragem. Eu acho que é por falta de covardia, É muito mais fácil não se importar com o que vai acontecer a partir do dia seguinte só por que você não estará lá. É fácil abandonar as contas

Puerpério

Faz parte de deveras construir em si um ser, admitir verdades profundas e ocultas. Precisamos entrar em contato com as coisas recônditas que passamos e que imaginamos. Com tudo que tememos, precisamos fazer um pacto. É preciso perdoar as coisas. Deixá-las ir por vezes, por outras vezes fazê-las ficar, mas por fim encontrar-se com tudo. Me parece que sempre que estou prestes a me confrontar com as minhas questões, prenuncio. Ontem mesmo estava estranha, como quem pairou no ar do dia. Distraída. Em estado puerperal. E hoje pela manhã, em conversa com um amigo, o encontro nasceu. Entendi o quanto as minhas relações tem sido regadas de passado, memória e rancor. Percebi em mim uma tendência quase que infantil de ser aceita e amada por todos. Precisei perdoar isso. Não me entendo lá muito bem com meu pai e sinto que reflito isso em todos os outros homens. Meu pai não me entende. Quero que todos me entendam. Meu pai não me aceita, quero que todos me aceitem. Meu pai me acusa

Alteridade

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Já faz um tempo que me sinto instigada a escrever história. História de quando me descobri gente, negra, mulher. História de quando me encontrei com o lado ruim de tudo isso, pra descobrir que pra tudo de mal nesse mundo existe o bem em oposição e que lutando por esse lado a vida vale de ser vivida. E foi assim que descobri certas particularidades de ser parte, de ser gente. Alteridade. Foi quando me encontrei com os medos fóbicos da humanidade que deixei de ver opressores e passei a enxergar coitados, que tem medo de gente que pensa, gente que fala, gente que não concorda mas que não fica de mal por causa disso, gente que é certas coisas que nem se escolhe, mas que nem por isso deixa de dar orgulho, gente que não é rica,  gente que é negra, gente que é mulher, gente que é gorda. Coitados como vivem aprisionados? Como sofrem com o pânico de virar a esquina e se deparar com gente diferente do que passa na TV... como sofrem com o pânico de virar uma esquina e se deparar com eles mesmo

Você Não Vai Passar

Você não vai passar de um cara Que nunca tomou conta de mim Você não vai passar dos anos Que esteve dando voltas por aí Você não vai passar com a dor Quando me flagrar dando sopa, dando sopa por aí Você não vai passar de um cara Que nunca tomou conta de mim Você não vai passar dos anos Que esteve dando voltas por aí Você não vai passar Ava Rocha

Born to die

Hoje me perguntaram por que te viram sorrindo a toa na rua. Bom, pode ser por vários motivos. Talvez você tenha conseguido um aumento, recebido salário ou arranjado outro emprego. Talvez tenha conquistado uma mulher que esteja a sua altura. Talvez tenha conseguido o que sempre disse que quis mas que fez quase nada pra conseguir. Talvez tenha sido um surto, ou umas piada velha, uma cena de filme ou um fruto da sua mente podre que você insiste em achar graça. Só sei que o motivo não sou eu, nunca fui o motivo do seu riso, nunca consegui te fazer feliz por um instante que fosse. E o mais estranho é que se me perguntassem isso enquanto a gente ainda estava junto, eu ficaria preocupada.  Tá aí mais uma prova que isso nunca deu, nem daria certo.  Se eu te via ou tinha notícias da sua felicidade, só podia ter as seguintes certezas: Não foi por mim, não foi comigo, nem foi por minha causa. "Choose your last words This is the last time Cause you and I We

Casamento

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Toda a vez que desde criança ouvia minha mãe dizer o que eu tinha e o que eu não tinha que fazer para o meu marido, eu sentia um frio na espinha. Quando eu era mais nova, meu medo era não acertar limpar a casa. Depois passou. Nunca entendi por que um homem deveria ser tão importante. E com o tempo essa inquietação começou a ficar mais forte do que eu. E eu logo mais resistia em aprender o serviço doméstico, não podia colaborar pra a vida continuar sendo assim. Eu nunca engoli essa história de servir alguém, que não é Deus, infinitamente como conceito de felicidade. Minha mãe falava: todo mundo precisa casar um dia. e eu me perguntava por que eu sentiria necessidade de trabalhar pra alguém que só faria por mim algo que eu poderia fazer só: me sustentar. Eu também não entendia por que eu deveria obedecer uma pessoa que não sabe preparar a própria comida, nem sabe limpar o ambiente em que vive. Isso é praticamente estado vegetativo. por que eu obedeceria uma samambaia cheia de cap

Madrugada

Madrugada de sensações. A alvorada melhor ainda Quando sol de mansinho entrou no quarto,  e pudemos olhar um para o outro. Livres da escuridão e da euforia da noite. Só a suave ternura de desejar que o tempo não passe. O silêncio do nó na garganta.                                                                                                              30 de Julho de 2014 Mas o tempo por essência acabou passando 365 dias depois, o mesmo nó, As mesmas madrugadas, o mesmo tempo mas agora livres um do outro Sem ternura, e sem tempo, Você estragou minhas sensações.   30 de Julho de 2015

Novamente

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Não Vale a Pena Maria Rita Compositor: PAULO E JEAN GARFUNKEL Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso  Sobrou meu velho vício de sonhar  Pular de precipício em precipício, ossos do oficio  Pagar pra ver o invisível e depois enxergar  Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor  Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno  Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor  De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil  Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado  O velho texto batido dos amantes mal amados, dos amores mal vividos  E o terror de ser deixada  Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida  E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer  Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor  Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno  Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor  De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil  Repetindo, repetindo, repetindo co

letzte

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Os finais são sempre excepcionalmente estranhos pra mim. Sempre foram. Até por que quanto mais os fatos vão se distanciando, mais turvos ficam. E eu confundo as falas, as ordens, os discursos, e esqueço os rostos, o gosto. Até esquecer quase que completamente. Enfim, quando deixo algo ir, é por que já há muito está morto em mim. E olha que eu tento, eu rego, replanto, mas o que não tem remédio... E assim foi mais esse final, em alemão, seco, cru e com status de superioridade. Dizer adeus em alemão, ou melhor, nem dizer adeus, dizer: final, é típico de quem quer convencer que nada sente. A contradição é que, quem realmente nada sente, não precisa disso, convencer a ninguém. Mas enfim, não me interesso mais nem pelo seu coeso, piorou pelo que te contradiz. Então meu caro. Final, pra você também. Ah, e geh fick deine Mutter!

Photograph - Ed Sheeran

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Desabafo II

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Já tem mais ou menos 6 meses que estou tentando sentar e escrever, mas... Agora por exemplo demorei mais de vinte minutos pra terminar a sentença acima. Não tenho muitas boas lembranças da época que eu também não conseguia escrever. Foi exatamente em agosto de 2008, eu publiquei aqui um ultimo suspiro que foi seguido por meses de silêncio: "Encontro-me hoje cansada. Todos os dias, cheia de dores e problemas que descobrir serem imaginários. Hoje eu sei que minha dificuldade vem do meu cinismo. Cinismo que mostro em achar que posso segura-lo. Sem fazer esforços, sem fazer sacrifícios. É um amargo engano. É uma falsa justiça. Minhas ridículas tentativas de evitar perdas e driblar conseqüências me trouxeram a um patamar estreito. Estou quase caindo. E talvez sofra uma perda avassaladora. Estou assustada. Mas sou muito cínica pra tomar uma atitude e evitar a derrocada. Encontro-me no fim da futilidade humana. Fútil e humana: é impossível piorar!" Tinha 16 anos,

Desabafo

Encontro-me hoje cansada. Todos os dias, cheia de dores e problemas que descobrir serem imaginários. Hoje eu sei que minha dificuldade vem do meu cinismo. Cinismo que mostro em achar que posso segura-lo. Sem fazer esforços, sem fazer sacrifícios. É um amargo engano. É uma falsa justiça. Minhas ridículas tentativas de evitar perdas e driblar conseqüências me trouxeram a um patamar estreito. Estou quase caindo. E talvez sofra uma perda avassaladora. Estou assustada. Mas sou muito cínica pra tomar uma atitude e evitar a derrocada. Encontro-me no fim da futilidade humana. Fútil e humana: é impossível piorar!

Quando o Amor Vacila

"Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir, e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora. Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas, minha vida. Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas. Amo teu jogo triste. As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria. Mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência. Até pelo que você poderia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco. Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando, sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana. Eu te amo pelas crianças e futuras rugas. Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis. Amo

Deus

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"Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude. Neste mesmo instante estou pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. E estou precisando da minha própria força. Sou forte mas também sou destrutiva. Autodestrutiva. E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais. Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais."