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Mostrando postagens de março, 2016

Guerra de Clichês

Palavras ou expressões que de tanto serem utilizadas, se tornam previsíveis ou se afastam do verdadeiro sentido. Eu que nasci essencialmente diferente de muita gente, mas não exclusiva ou única o suficiente, sempre tive pânico dos clichês. Não só das expressões, mas de um estilo de vida previsível, comum, relacionamentos convencionais,  sentimentos ocos, estardalhaço, e histeria coletiva. Rejeitei tudo, e criei regras. Fiz promessas a mim mesmo e outros acordos menos importantes com meu futuro. Coisas que não faria, pessoas com quem não me relacionaria, lugares onde jamais iria, sotaques que não suportaria. Eu delimitei tudo quanto pude. Qualquer coisa para não ser clichê. Porém, a vida que tem por dom a graça, por vezes até a falta dela, tratou de providenciar que esse ano eu tivesse o encontro íntimo com esses tão temidos, e parece que, inclusive, com todos eles. E tive alguns embates com esses tais, para os quais perdi, todas as vezes. " O tempo cura tudo " No mo

Transbordo

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Bor.da - Substantivo feminino beira margem extremidade limite orla Estive, desde que me lembro, na borda. Sempre quase para cair de algum lugar ou em cima de alguma coisa. A ultima filha, a mais nova da classe, sempre no limite. Já estive a beira mar centenas de vezes. A beira da loucura, outras tantas. Margem de rios, poucos, mas tão belos. Margem de mim principalmente o tempo quase todo. Na extremidade do ego, abdiquei de mim, em detrimento do contento alheio. Na extremidade dos outros, reivindiquei com força meu direito de existir, porém calei. A linha entre o céu e o mar no horizonte é minha única referência de limite. Limites são complicados, não enxergo a divisão das coisas com clareza. Na orla, aprecio o deitar do sol na água, no fim de tarde. Mas como estou na fímbria, caio. Nas bordas externas senti por vezes extrema felicidade Nas bordas de mim, me resignei a sofrer pelas bordas. Por que não me bastava está a beira de tudo ainda estava nem bem completa,