Rima de não amor.

Menino, você não acha que é muito novo pra fazer tamanha arruaça?
Você é mágico mesmo, ou sou eu que estou solta no meio da praça?
Você vai me atropelar, me destruir, brincar, pisar, apertar, vai me machucar depois.
Vem com tanta força, tanto tamanho, tanta voz, tanta convicção tanta firmeza, inventar de nós dois.
Chegando, chegando, chegando!
Como se toda juventude estivesse correndo atras de mim
que ainda sou jovem mas ando com as pernas cansadas enfim,
sento por qualquer coisa, e você sempre a me puxar.
Puxa pro mar, pro ar, pra tv, me arrasta do sofá.
Me tira de casa, me põe na cama.
Me chama na hora do jantar.
Parece um homem feito,
E eu deixando esse sujeito
tudo meu bagunçar.
Bagunça a minha casa, meu banheiro e meu estar.
Bagunça, meu corpo, meu cabelo e meu amar.
Bagunça minha bagunça joga tudo pro alto e volta a arrumar.
Balança, pula, corre, toca, canta e tira as coisas do lugar.
Dera eu essa bagunça ficasse sempre por aí.
Dera que fosse meu esse vigor, e esse sorrir.
E se você chorasse um dia que deitasse bem aqui
E ficasse de colo bem mansinho, pianinho até dormir.
E se cansasse da vida, ficasse calado, por dias, até
Que se sentisse amado e de novo forte pra ficar de pé.
Queria te dar motivos pra subir
Pra crescer, pra ruir e voltar atrás.
Motivos pra desistir pra começar de novo pra dizer jamais.
Pra gritar com força
A tudo que te sufoca que você não está sozinho dessa vez.
Que tem um exercito só de Eus por mins e por  vocês.
Que tem a mim, que tem a mim, que basta mim.
E que isso que nem é amor, não é amor, por que amor não é assim.
Nem de mulher, nem de mãe nem de irmã.
Não é amor de amiga, não é de partida e nem febre terçã.
Isso é só bagunça! É só pirraça, é só gracejo,
Pra que eu fique perdida sem saber se quero a mão ou beijo.

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