Mais um Oráculo

- Oráculo?
- Pois não, moça?
- Você viu o meu cavalo?
- Como assim?
- Você o viu por aí?
- Não é uma casa tão grande, nem um animal tão pequeno, você não pode tê-lo perdido.
- Você viu ou não?
- Depende.
- Do que?
- Do quanto você quer encontrá-lo.
- Muito.
- É? O quanto?
- Não estou entendendo onde quer chegar com isso.
- Quero saber exatamente do que você abriria mão, em troca do tal cavalo.
- Do que exatamente quer que eu abra mão?
- Das fantasias.
- Que fantasias são essas que tanto fala? Oráculo, isso está ficando muito confuso.
- Ora moça, desses reinos, dessa...
- Pra que?
- Para que viva, que comece a dar o que se exige de você, que construa algo e derrube outras coisas. Que esqueça esses inventos e toda a parafernália real que carrega.
- Não sei o que você tem que ver com isso.
- Tenho que minha função é manter você sã. E olhe só onde estamos, negociando a existência e permanência de um cavalo. Isso parece sanidade para você?
- Não sei dessas coisas, Oráculo.
- E então.
- Quero meu cavalo.
- Aceita o preço?
- Aceito.

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