O que eu aprendi em 2015...



Bem, eu gosto dos inícios e finais dos ciclos. Embora não acredite que a contagem de tempo que fazemos é a única possível ou que esteja correta, é a que tenho.
Então para o final deste ciclo vou escrever as aprendizagens com o propósito de não esquecê-las.
Esse ano aprendi muito sobre mim, sobre a vida mas principalmente sobre relacionamentos.

Sobre mim descobri um monte de coisa chata... sim continuarei usando a expressão "descobri" por que não tenho outra que melhor defina.
Me confrontei com tantos defeitos que eu não sabia que eu tinha, e me descobri também mais forte do que eu imaginava ser.

  • Eu sou rancorosa! Pasmo... eu não sabia. Estamos fazendo terapia e trabalhando isso aos poucos.
  • Meu pai estava certo sobre mim o tempo todo, eu sou muito obstinada, mas juro que não é por mal. É que eu confio muito pouco em qualquer coisa... então faço o que faz mais sentido pra mim. O que parece mais real. Enfim, isso não muda o fato de eu ser obstinada, mas estou trabalhando duro nisso. Exercitando confianças diariamente,principalmente a confiança no Supremo. Já estou sentindo alguma melhora.
  • Eu faria dez mil vezes melhor em não falar o que eu penso e o que eu sinto do que falando. E eu acreditei a vida toda (milênios) no contrário. Por que? Clarice Lispector responde melhor do que eu:

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

Claro que continuarei colocando o que penso aqui, afinal aqui é meu espaço! É minha intimidade.
Continuando...

  • Descobri que eu não sou uma pessoa ruim, sério, eu não sabia. Me perdoem as pessoas que já me disseram isso um milhão de vezes. Eu sei disso agora, mas não todos os dias.
  • Outra coisa que pra mim foi incrível admitir esse ano:  eu odeio brigar/discutir! Deve ser a coisa que eu mais detesto! Ultimamente eu tenho dito: o céu é azul. Se alguém disser que é vermelho, eu concordo. Não tenho paciência. A partir desse ano eu só discuto por uma coisa que seja extremamente importante e que não tenha outro jeito. Opinião, não! Favor não confundir discutir com conversar, continuo amando conversar, só tô fazendo isso com menos gente. Se eu somos amigos e algo está mal esclarecido é um prazer esclarecer, quer falar bobagem? ótimo, se for conversando. Se for discutindo, não. Não levante a voz pra mim, não me acuse, não faça joguinhos, não manipule informações, não encha meu saco, e principalmente não faça gaslighting por que eu vou calar a boca e você vai ficar falando sozinho, até se acalmar e querer conversar. Se você me xingar seja lá do que for, eu vou sair do sério e a gente simplesmente não vai se relacionar mais, simples. Nesse caso, não tem conversa. Por que? Por que quando a gente gosta de alguém a gente não machuca a pessoa de propósito, é básico. Se a pessoa fala algo com a intenção de me ferir, não gosta de mim e não tenho por que ficar perto de quem não gosta de mim. Se me feriu sem querer, vamos conversar.
  • Eu gosto de ficar só. Não sabia. Até por que nunca tinha ficado, sempre tive muitos amigos, pessoas pra conversar todos os dias. Nesse ano passei vários dias sem conversar com ninguém, na verdade a maioria dos dias. É bom. A gente cresce muito mais nos dias difíceis por que não dá pra desabafar com ninguém então você acaba se virando só.
  • Eu dou muito mais valor a minha amizade agora. Percebi quantas pessoas só me procuravam pra que eu as escutasse e não me escutam nunca. Eu sou uma boa ouvinte, a pessoa pode falar comigo sobre qualquer coisa, eu gosto de escutar e ajudar se puder. Mas refleti muito e vi que estou dando meus ouvidos a pessoas que não merecem.
  • Eu não preciso dizer que não concordo com alguém ou algo para discordar.


Aprendi umas coisas sobre a vida, nenhuma novidade, mas é muito diferente quando você ouve falar de algo para quando você sente na pele.
Por exemplo: as propriedades curativas do passar do tempo, e os malefícios da precipitação, aprendi também o valor da sinceridade de coração em tudo que a gente faz é essencial, mas não em tudo que a gente fala... a não ser que tenha total liberdade com a pessoa, é melhor dizer algo neutro.

Minha relação com Deus também mudou completamente, na verdade foi o ponto alto do ano, mas penso em escrever sobre isso depois.

Sobre os relacionamentos... ah os relacionamentos. Acabou que na verdade foram descobertas sobre mim, sobre o tipo de relacionamento que eu quero ou que não quero ter. Mas, pra mim, foi valiosíssimo.

Se eu namorar algum dia de novo, eu acho que isso não vai acontecer, mas de todo modo eu já me conheço um pouco melhor agora e posso dizer o que não dá em matéria de atitude e comportamento (os aspectos relacionados a espiritualidade não entram nessa lista):

  • Preciso me certificar que a criatura gosta de mulher. Não tô falando de ser gay ou não, mas se ele vê mulheres como seres humanos iguais a ele, com seus desejos, medos, erros, limites e personalidade e gosta delas, ou se ele as vê como existindo para servi-lo e realizar suas vontades e expectativas e gosta na verdade dos seus serviços. Sim, o modo como um homem encara as mulheres de um modo geral dita a maioria dos problemas do relacionamento. Se o cara acha que por algum motivo ele, por ser homem, é mais importante ou que tem prioridade em ser servido do que eu, ou qualquer outra mulher: não dá. Ser tratada como um ser inferior dói, e com o tempo fica insuportável, aprendi isso de um jeito não muito agradável esse ano. 
  • Preciso me certificar o quão responsável com a própria saúde a pessoa é. Por exemplo: ele tem por hábito procurar tratamento quando está doente? Como essa pessoa reage quando se fala de saúde mental? Por que se essa pessoa não tem responsabilidade com a saúde física não vai ter responsabilidade com a saúde mental, e ficar com uma pessoa que tenha uma doença física ou um transtorno mental não é problema nenhum, mas se não quer procurar ajuda: não dá.
  • Preciso me certificar que a pessoa se conheça. Tentar manter um relacionamento com uma pessoa que não sabe dizer quando precisa ficar sozinha, que não sabe dizer do que gosta ou que te acusa de fazer exatamente tudo que ele faz (projeção), ou ainda que não consegue enxergar seus erros e parcelas de culpa nos problemas: não dá. Tudo pode ser conversado, mas se a pessoa não sabe falar o que pensa e o que sente, não tem como conversar com uma pessoa só falando né?
  • Preciso tomar muuuuuito cuidado com gente sádica e folgada, parece que eu atraio gente assim. Relacionamento é sinônimo de saber que você deve cuidar da outra pessoa pra sempre e a recíproca deve ser verdadeira. Se a pessoa não se importa,se diverte ou tem algum tipo de prazer sinistro com o que me faz mal, mesmo que isso só aconteça as vezes: não dá. Exemplo: brigar de propósito só pra me ver ficar nervosa... ¬¬
  • Eu entendo e concordo que minha opinião não vai ser determinante na tomada de decisões muitas vezes, até na maioria das vezes a depender do assunto é assim que as coisas tem que ser. Não vejo nada de ruim nisso. Mas não sei qual o problema de ela ser ouvida, se for possível. É uma questão de mostrar consideração pela vida da pessoa que será totalmente afetada por qualquer decisão que o outro tomar. Ouvir o que o outro tem a dizer faz parte do respeito. Faz parte do respeito falar o que tem em mente, quando a situação permitir é claro, e não apenas notificar a pessoa de maneira impessoal e com um ar de superioridade que uma decisão foi tomada, ou dizer que vai decidir em que momento a pessoa ficará sabendo de alguma coisa que diz respeito ao casal. Isso é horrível. Quem gostaria de ser tratado assim? Muito pior quando ao expor a opinião sobre algo receber de volta um: "E eu com isso?" ou um "Não me importa" e ainda o pior: "O que você acha pouco importa". Baby, existem maneiras e maneiras de fazer e dizer coisas, e o modo como se diz, revela o quanto você se importa com os sentimentos da outra pessoa. E um relacionamento com uma pessoa que não se importa com meus sentimentos: não dá.
  • Essa é bem sensível: Digamos que a pessoa quer casar né? Limpar e arrumar o lugar onde vive, saber comprar, selecionar e preparar o alimento que come e cuidar das roupas que veste faz parte da manutenção da vida de qualquer ser humano. A quem cabe a obrigação de fazer essa manutenção? A menos que a pessoa seja física ou mentalmente totalmente incapaz ou tenha menos de 8 anos de idade, a obrigação é de cada um. Não sabe limpar casa? Ok. Não sabe cozinhar? Ok. Não sabe trocar lampada/torneira? Ok. Não sabe lavar roupa? Ok. Não tem hábito de cuidar de outra pessoa? Ok. Vamos aprender? Ok. Ninguém é obrigado a saber dessas coisas, eu não nasci sabendo, mas aprendi e qualquer um pode aprender também, pra que? Pra ninguém ficar sobrecarregado. Se vai fazer corpo mole pra divisão de tarefas, ou fazer sempre mal feito esperando que eu perca a paciência e faça, ou achar que é minha obrigação fazer pelo fato de eu ter nascido mulher: não vai dar.
  •  Se duas pessoas sujam uma casa, duas pessoas limpam ela. Não tem necessidade de ninguém cuidar de uma casa sozinho, seja na manutenção da casa ou nas finanças. Se nenhum dos dois está doente, não existe por que uma pessoa ter que fazer a manutenção da própria vida e ainda por cima da vida da outra. Quem faz isso é mãe. E se eu serei mãe dele, logo ele será meu filho, sendo meu filho ele não pode ser o chefe da família. Percebe como isso bagunça todo o arranjo? Os papeis já estão definidos, ele manda eu to aqui pra ajudar, e não pra cuidar de tudo sozinha. Eu não tenho intenção de casar pra explorar ninguém, nem o trabalho da pessoa, nem o dinheiro da pessoa, até por que, eu trabalho... se não fizesse nada aí sim, pelo menos a manutenção da casa era por minha conta já que nada mais justo do que quem passa mais tempo dentro de casa, passar mais tempo limpando e arrumando ela assim como antecipando as prováveis necessidades do parceiro (mas o motivo seria por que eu passaria mais tempo em casa e não por que eu sou mulher), mas eu trabalho e eu tô aqui pra somar onde faltar e pra dividir o que tiver, do mesmo modo não quero que ninguém me explore. Uma coisa é cobrir o outro quando não puder fazer sua parte das tarefas, ou pra poupar o outro de vez em quando, ou simplesmente por que um dois dois passa mais tempo em casa e logo pode realizar mais tarefas outra coisa muito diferente é esperar que alguém faça manutenção da sua vida enquanto você alegremente: vive. Tem um monte de tarefa doméstica que eu detesto, e vai ter outras que o cara vai detestar, a gente divide com base na quantidade de tempo disponível de cada um e ninguém vai precisar fazer o que não gosta. Não é melhor assim?
  • Eu continuarei sendo cuidadosa, amorosa e generosa, é o meu jeito, eu vou dengar a pessoa, vou querer cozinhar pra ele algo que goste, dar comida na boca (exagero), não vou deixar nem se mexer quando estiver doente, mas vou querer exatamente o mesmo em troca. Por que? Por que nenhum de nós é melhor ou mais importante que o outro e todos dois merecem todo amor e cuidado do mundo. Sério, viver me preocupando se estou sendo explorada ou não: não dá.
    Quero demonstrar amor sem limites e sem reservas.
Em resumo: descobri em 2015 que vou morrer solteira kkkkkkkkkkkkkkk se as meninas que são bonitas e estão dispostas a deitar para os homens pisarem, trabalham 40h por semana fora e estão dispostas a limpar a casa, cozinhar e cuidar dos filhos sozinhas não estão encontrando quem as queira, imagine eu que não sou essas coisas todas e quero que um homem me trate como ele gostaria de ser tratado? Muita ousadia. 

Enfim, é o que tem pra hoje.

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